Doce partida

Quando tudo passar
Poderei sorrir
Comemorar a sua partida

Quando tudo se for
Restará uma doce lembrança
Resquícios da despedida

E então, sorrirei
Trarei um brilho no olhar
Suas marcas estarão em mim
Contudo, não me aprisionarão mais

Ah, quando tu partires
Meu coração estará a sorrir
Minha alma leve
Livre, liberta de ti

E mesmo tuas marcas deixadas em mim
Não me aprisionarão mais
E então, sorrirei novamente

Maria Cristiane Gomes
Dezembro/2008
Camocim-Ce

Dor

Chega aos pouquinhos
E me invade a alma
Toma meu corpo
Sem permissão

Ela me doma
Tortura
Maltrata
Perdição

Verto lágrimas
Prantos
Coração deságua
Reflexos de sua ação

Ela presente
Não sou mais eu
Apenas pedaços do fui
Fragmentos do que desejei

Maria Cristiane Gomes
Dezembro/2008
Camocim-Ce

Caminhos

Quem dera ser eu poetisa

para poder falar da alegria do encontro

do prazer de aprender

do desafio de conviver com tantas diferenças...

Quem dera eu ser poeta

poder fazer rimas e versos

da nossa luta

da memória

da construção da nossa história

Quem dera eu ser poeta

E a cada um eu poder homenagear

como forma de agradecimento

pelo crescimento que me propiciaram

Contudo, não sou poeta...

sou apenas uma escrevedora

rabiscos e traços

Registro traços que ficaram em mim

E assim, por tudo

pela alegria

pela dor do aprender

conviver

do ousar a a desafiar

Muito obrigada pela alegria de existir

Saibam que carregam a mim

Assim como trago cada um de vós em mim.

Cristiane Gomes

Dezembro/2008

Camocim/Ce

P. S.: (Aos colegas amigos de trabalho, com carinho)