sábado, 2 de maio de 2020

A peste





Veio repentino
Um vírus às escondidas
E sem pedir licença
Bagunçou as nossas vidas

Muitas vidas ceifou
Sem que houvesse o perdão
Viajou por nação
Trazendo disseminação
Muita dor e sofrimento

E nesse momento
Em meio a tanta dor
Olhamos uns aos outros
Com os olhos do amor
A distância é a solução
Um combate, um enfrentamento
Que nos foi posta como alento
Como tábua de salvação

E então, estamos a dar valor
A aquele abraço apertado
O aperto de mão amigo
Que por motivo sabido
Está na contramão

Estamos a contar os dias
Sem noção de tempo saber
Que dia é hoje?
Que horas são?
São perguntas que muitas vezes
Não sei responder de sopetão

Começou em dezembro
Em  abafada repercussão
Trancamo-nos em março
E aguardamos libertação

E o que fazer no nosso m2
Seja ele barraco ou uma mansão
Ele parece uma prisão
E os que estão ao relento
Muitos sem pão e alimento
Nas ruas abandonados
Nos sinais a abrir as mãos
São pessoas invisíveis
Aos olhos da NAÇÃO.


Procuro ouvir música
Escrever poesia
Conectar com ou amigos
Me traz grande alegria

O jornal me apavora
Com  notícias da pandemia
De despedidas por tela
Me afoga de agonia
De famílias despedaçadas
Por um vírus covarde
Que arrasa com as vidas
Que não faz distinção
Seja jovem ou velho
Independente de religião


Estamos ansiosos
Aguardando o grande dia
Que nas ruas caminharemos
Sem liberdade restritiva

Sei que depois de tudo isso
Muitas coisas irão mudar
Um delas o nosso coração
Que precisou repensar
O valor do que o amor
E a importância de amar.

Maria Cristiane Gomes
Sobral- Ceará
12/04/2020



P.S: imagem de https://abcreporter.com.br/2020/03/17/mapa-em-tempo-real-da-pandemia-do-coronavirus-criado-pela-microsoft/